A lenha do dia passado exalou um cheiro de dignidade.
Procurou fogo para mais um dia com cozido. Elevou as mãos ao céus. Fixou o olhar na aspereza dos calos, a ostentação de estar vivo. Agradeceu, encheu os pulmões.
Sentiu sede. A água do pote era a cor da satisfação.
Descansou no interior das paredes de taipa. Um abrigo feito à mão, inabalável, moldado com sofrimento, honra e força.
Aguardava pacientemente as muitas nuvens no firmamento. Suspirou.
As sementes estavam amontoadas em sacos, no melhor canto do seu lar. Aguardavam quietas, preciosas, cheias de vida. Sentiu orgulho e esperança, pois eram suas e de mais ninguém.
Um vento trouxe cheiro de vida para José. Levantou-se soberano na sua casa de taipa.